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Gerenciamento de Rejeitos é, Antes de Tudo, Gerenciamento da Água

Como os Princípios 2, 5 e 6 da GISTM reforçam a importância da gestão hídrica na segurança das estruturas de rejeitos

A mineração, uma das atividades mais intensivas no uso de recursos naturais, tem como um de seus maiores desafios o gerenciamento seguro e responsável de rejeitos.

Para isso, a Norma Global da Indústria para a Gestão de Rejeitos (GISTM) foi criada com o objetivo de evitar desastres e garantir a proteção das pessoas, comunidades e do meio ambiente.

Entre os diversos fatores que impactam diretamente a integridade das estruturas de rejeitos, a água se destaca como elemento crítico — tanto do ponto de vista da engenharia quanto da sustentabilidade.

Neste artigo, exploramos como o gerenciamento da água se conecta com três princípios fundamentais da GISTM: Princípio 2, Princípio 5 e Princípio 6.


Princípio 2: Base de conhecimento integrada é a fundação da segurança

O que diz o princípio:
Desenvolver e manter uma base de conhecimento interdisciplinar, atualizada ao longo de todo o ciclo de vida da estrutura de rejeitos. Isso inclui dados sociais, ambientais e econômicos.

Onde entra a água:
A gestão da água faz parte essencial dessa base. Conhecer os regimes hidrológicos, hidrogeológicos e a qualidade da água — tanto superficial quanto subterrânea — é fundamental para antecipar riscos estruturais, infiltrações e instabilidades.

Aplicação prática:

  • Instalação de poços de monitoramento;
  • Modelagens hidrológicas e cenários de fluxo;
  • Avaliações frequentes de qualidade e quantidade de água.

Quanto mais preciso e atualizado for esse banco de dados, mais eficaz será o processo de tomada de decisão sobre a segurança da barragem.


Princípio 5: Sistemas robustos de gestão da água são indispensáveis

O que diz o princípio:
Implantar sistemas e procedimentos para gerenciar riscos em todas as fases do ciclo de vida da estrutura — do projeto ao fechamento.

Conexão com a água:
O gerenciamento hídrico deve envolver todo o balanço hídrico da estrutura, prevenindo o acúmulo de água que possa comprometer a estabilidade da barragem.

Importância:
Uma gestão ineficaz da água é uma das causas mais comuns de falhas em barragens. Sistemas de drenagem mal dimensionados ou mal mantidos aumentam exponencialmente os riscos.

Aplicação prática:

  • Planos detalhados de desvio, armazenamento e tratamento da água;
  • Inspeções frequentes de estruturas de drenagem, vertedouros e canais;
  • Uso de tecnologias de monitoramento em tempo real para nível e qualidade da água.

Gerenciar bem a água é também garantir a conformidade ambiental e a confiança dos stakeholders.


Princípio 6: Inovação tecnológica como aliada da segurança hídrica

O que diz o princípio:
Incorporar novas tecnologias e abordagens emergentes para otimizar o projeto, construção e operação de estruturas de rejeitos.

Como a água entra nisso:
A inovação em tecnologias de gestão hídrica — como sensores inteligentes, modelos preditivos, sistemas de alerta e métodos de tratamento — é fundamental para antecipar riscos e responder com agilidade.

Exemplos de tecnologias aplicadas:

  • Sensores piezométricos conectados a dashboards;
  • Softwares de modelagem climática para eventos extremos;
  • Sistemas de automação para controle de nível e qualidade da água.

Aplicação prática:
Empresas devem avaliar constantemente novas soluções, firmar parcerias com fornecedores de tecnologia, conduzir testes em campo e capacitar suas equipes.

Atualizar os planos de gerenciamento da água periodicamente, incorporando inovação, é o caminho para aumentar a eficiência e a segurança.


Conclusão: Água é o elo entre engenharia, segurança e sustentabilidade

O gerenciamento da água não é um aspecto acessório — é central para garantir a conformidade com os Princípios 2, 5 e 6 da GISTM.

Ao tratar a gestão hídrica com o rigor e a atenção que ela merece, as mineradoras:

  • Reduzem riscos de falhas catastróficas;
  • Protegem o meio ambiente e as comunidades;
  • Fortalecem sua reputação e sua performance ESG;
  • Estão melhor preparadas para enfrentar um cenário regulatório cada vez mais exigente.

Em outras palavras: uma estrutura de rejeitos segura começa — e termina — com o gerenciamento da água.

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